Não há nada tão maldito
do que ler a própria a mente
e poder fantasiar,
ganir, miar,
enfim, mais livre mente
Não há nada tão felino
do que ver ali na frente
e poder sonhar, lamber, caçar
até enfartar,
enfim, mas calma mente
Não há nada tão moinho
do que ser entorpecente
e poder se triturar,
girar, desmoronar,
enfim, sincera mente
* Para ser cantado com a melodia de “Sinceramente” (1982), de Sérgio Sampaio (1947-1994).
(Poema publicado no livro Faça um samba enquanto o bicho não vem: poemas para Sérgio Sampaio, organizado por Jhenifer Silva e Leonardo Gandolfi, Telaranha, 2024.)
Por Pedro Marques
02 set. 2024