De quando atravessamos juntos mil dias em que o mundo se desfez
Olho a linha lúcida do seu rosto
Seu rosto olhando de cima a rodovia
Seus cabelos vão sendo soltos pelo vento
O vendaval vai movendo a vida em seu retrato
O fim da tarde tinge o céu do país de um tom tangerina e o que eu
sinto cresce em mim como um doce que subiu da fôrma
“Eu nunca tenho medo do futuro”, você diz
Seu coração segura com a sua mão distraída a minha, me calo.
*Daniel Costa_1983-_Poesia dos fracos_2022