348º Poema da Semana | 15jul2024

8. Bola

Eis, pois, que a bola chega aos pés de Vyk
(um cronista hiperbólico, com ten-
dências a não conter estro ou cabresto,
querendo-se um porta-voz do além, di-

ria, pro riso pétreo da plateia:
“Vassala, a bola move-se por si
e, como se tivera um invisível
ímã, gruda, satélite, à chuteira

de Solvyk – sol maior desta galáxia!”),
que, cioso, acarinha a redonda e,
olhos de lince, vê Biluq’à mercê

do cálculo preciso. Daí, sem
dó do mundo ao redor, engana a zaga,
o goleiro e a galera – pra empatar!

*Wilberth Salgueiro_1964-_O jogo, Micha e outros sonetos_2019