Uma sacola da Ellus
Rua curva, estreita. A noite a levava. Ana era menina, apesar dos cabelos brancos, das rugas, das pálpebras caídas. Vazia.
De vazios comuns e raros.
Descia a ladeira, pés medonhos.
Árvores floridas intensificavam penumbras. Perfumes e ideias a pulsavam. Brisa cortava a pele. Luar, tédio, nostalgia, tempo se afogava.
Ouviu passos.
Olhou para trás, aterrorizada: o vulto se apressava.
Sufoco!
O monstro acelerou.
Ana correu.
O som dos saltos a bater no asfalto destoavam, quebravam a monotonia do horror, arremedavam o coração aos trancos.
Meia-lua e lares calados. Dez da noite, tão cedo, tão sórdido.
(…)
*Cida Sepulveda_196?-_O vestido criou Ana_2022