235º Poema da Semana | 17fev2020

Jorro

o gosto do pescoço
se adoça em minha
boca que beija a
tatuagem em viagem
pelas costas
que se espalham
até o cóccix
como o amargo
do suor;
a bunda redonda
e lívida
brilha nos meus
olhos que afagam
enquanto abro as
nádegas cheirosas
e lambo fundo
a rosa indecente
que pisca, arisca,
e umedece o outro
lado que chama;
virilha exposta
ao arfar das narinas
que seguem o ritmo
incessante do corpo
que contorce e
contorce o sentido
do prazer;
e logo movimentos
ágeis faz a língua
sobre o grelo
e cada dobra
do teu ser;
a ponta fálica
do palato
rápida e leve,
asas de borboleta
que alçam voo
aos horizontes
distantes aonde
se encontra
o fundo inaudito
do universo
em você;
a erogenia de toda
pele acelera,
pulsa incessante,
a realidade desfaz
e jorra de ti
como deságue no
oceano em que me afogo
se te afago
e me refaço
no teu leito

*Pedro Tostes_1980-_Jardim minado_2014