215º Poema da Semana | 29abr2019

Capítulo Dezessete

(…) Tio Chico ficou assustado com tantos gritos estranhos que algumas pessoas ali pronunciavam. Tio Chico abriu os olhos e viu vários pastores passando no meio deles, os pastores procuravam algo, e Tio Chico ficou apavorado e resolveu sair correndo. Foi quando um pastor parou à sua frente e disse que o demônio não podia fugir, e foi colocando a mão na cabeça de Tio Chico para fazer uma oração; mas ele estava tão assustado que, quando o pastor levantou a mão, ele deu-lhe um murro bem no meio da cara, o pastor caiu e não demorou muito a chegar mais pastores. Tio Chico foi treinado na academia do Linão há muitos anos e começou a gingar; gritou salve a capoeira, e foi um, dois, três os pastores a caírem com os golpes do velho capoeirista. Nesse momento era tanta a algazarra, que todas as pessoas que estavam na Sede nem prestavam mais atenção no culto, e sim na manifestação do maior demônio que já se vira. (…)

*Ferréz_1975-_Capão Pecado_2000