15º poema da semana | 25mai2012

Todos os relógios estão errados

Nenhum ponteiro girando em torno de si
mesmo
sabe dos meus momentos, do desespero
que me invade e arde pra fora
desse círculo minúsculo chamado cabeça
ou cérebro ou mundo ou relógio…

Minhas dores não estão medidas em cada
pulo
de segundo,
nem obedecem ao toque de recolher
minha alegria,
como uma bandeira baixa no mastro
de tão rápida descansa parada
num lugar que não parei.

Durmo   instantes   soando   infinitos   porque
sonho mais comprido do que as batidas
do que as horas
do que esse tempo sempre pra fora e ainda
assim agora…                             agora?

*Beso_1974-_Juventude Supersônica_2008