150º Poema da Semana | 14jul2015

A lápis

Na armadilha de pedra
e pó molhado
o vidro é a face
que exibe a noite
escrita a lápis

Na armadilha de gesso
ferro
as frutas sem nome
fenecem
de velhice

Na armadilha cerrada
a espera não resulta
a calma revolta
As patas do silêncio
pisam a sós

O tremendo
é indivisível
A língua
inútil

Não existe segredo a dois

*Edmar Monteiro Filho_1959-_A lápis_2009