A lápis
Na armadilha de pedra
e pó molhado
o vidro é a face
que exibe a noite
escrita a lápis
Na armadilha de gesso
ferro
as frutas sem nome
fenecem
de velhice
Na armadilha cerrada
a espera não resulta
a calma revolta
As patas do silêncio
pisam a sós
O tremendo
é indivisível
A língua
inútil
Não existe segredo a dois
*Edmar Monteiro Filho_1959-_A lápis_2009