A um Professor de Literatura
Arranca o olhar das páginas já mortas
E ressuscita o Lázaro sem vida
Ou cada sala – Tebas de cem portas! –
Parecerá criança desnutrida.
Às vezes, igual Atlas, tu suportas
A classe a esvaziar-se, foragida,
Por culpa do marasmo a que inda exortas,
De costas para a lousa malferida.
Se o entusiasmo em nós não inoculas,
Não é porque sejamos umas mulas
Zurrando no desânimo e abandono.
Dá vida às aulas! Revigora os temas!
Sê criativo! há múltiplos esquemas…
Ou tu serás Morfeu – o deus do sono!
*Marcelo Henrique _1970-_Cantares de Amor e Maldição_1999