127º Poema da Semana | 06jan2015

“Laissez-ferre”

Profundamente
anticapitalista
renego
– com todo meu ser –
a monogamia:
esse perverso estado monopolista
de todas as neuroses possessivas
a controlar, intervir e taxar
os corações
a cada
batida…

Abaixo a companhia limitada!

Completamente
revolucionário,
rompo as barreiras
e abro
meu peito
ao arriscado,
– e, agora, imenso –
mercado
de ações fluídas,
aventuras efêmeras,
e intensas
transações e investidas…

Viva a sociedade anônima e ilimitada!

Agora sim
é que se vive

– profunda e
completamente –

o amor
delivre.

*Jeff Vasques_1981-_Te dou a minha palavra_2013